quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Noite sombria


Negrumes de nuvens cobrem a beleza
que a Lua traz quando etá cheia.
A maré encontra-se calma,
só ouço o barulho do mar.

Levemente, sinto a brisa vinda
das águas profundas do oceano.
Se pudesse transformar essa noite,
ela seria totalmente inesquecível...

Quando as nuvens caíram
para detrás da Lua,
tive a certeza de estar viva,
por poder ter visto meu rosto...

Quase perfeito e sombrio refletido
sobre as águas, nesta linda noite:
Noite obscura!

Agora só resta-me uma razão,
ter por hoje o que eu jamais
poderei ter: um anjo,
me mórbido anjo...

Para lavar a minha face,
libertar a minh'alma sombira
dessa eterna escuridão...

Por Luana Chaves (17/04/05)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O ritual da vida



Pensamentos borboleteando...


Vida quer dizer arriscar-se à morte. Viver é um ato de coragem, é aventurar-se ao desconhecido, sem receio do que vier pelo caminho. Às vezes, quando optamos por trilhar um caminho, acreditamos, erroneamente, que sabemos exatamente onde iremos chegar. Acreditamos, piamente, que saberemos as conseqüências que nossos atos trarão. Entretanto, a vida não segue por esse caminho, as coisas não acontecem dessa forma. Ainda bem! A graça está no espaço em que percorremos...

A vida é um imprevisto constante. E nossa única previsão, é o imprevisto! Cada dia, é um dia. Escolhemos, escolhemos e, na verdade, queremos mesmo é o imprevisível. Não agüentamos a rotina, o mecânico; desprezamos o monótono. Queremos acordar e ser surpreendidos com um dia diferente do outro, uma conquista, um sorriso diferente.

Uma pequena escolha, aparentemente insignificante, constrói uma cena de nossa vida. Ao escolhermos namorar alguém, vivemos a cena desse namoro: conversas, olhares, poesias, carícias. Se a escolha fosse diferente, outras seriam as paisagens, as percepções, o dia-a-dia, e até mesmo os sentimentos. Ao aceitarmos um emprego, aceitamos mais uma cena: um escritório, novas amizades ou inimizades, desafios e até uma rotina (essa que também é composta de imprevistos).

Temos o potencial para sermos quaisquer pessoas. Sim, é claro que o ambiente do nosso cotidiano influencia e muito naquilo que somos, mas, antes de qualquer influência, temos a nossa essência (por mais vazia que seja uma pessoa, sua essência é pura). Nossos pensamentos e sentimentos, nossa essência, por assim dizer, moldam o hoje: moldam o “eu sou” e o “eu quero ser”. E a influência (do meio ou de alguém), nada mais é do que o interior traduzido em atos e coisas.

Quer saber? Mudei de idéia! Nós gostamos, sim, da rotina, do ritual. Nossa vida é composta por rituais. Ninguém vive sem um ritual, por menos que seja. Sem o ritual, simplesmente não existiria a vida. Duvida? Pois, então. O que seríamos de nós se não comêssemos todos os dias? Se não dormíssemos? Se o padeiro não fizesse os pães a cada manhã? E se não defecássemos?

Ora, é fato! Nossa natureza exige o ritual. Em toda e qualquer cultura, existe um ritual. O horário das refeições, do trabalho, do descanso. Em todas as religiões há um ritual, um modo de elevar-se aos céus, ao Deus supremo. É tanto verdade, que até mesmo o ciclo vital é um ritual: nós nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos. Esse ciclo acontece com todo ser vivente, independente de classificação, sexo, cultura, etnia.

Rotina: prática constante e mecânica de certas ações. Ritual: conjunto de regras a se seguir. Cada um de nós tem sua rotina e seu ritual, mesmo que esses não estejam diretamente vinculados às regras da sociedade em que vivemos. Porém, na maioria das vezes, têm, sim, uma forte ligação com nossa cultura, nossa sociedade. Todavia (como já foi citado), podem ser regras só nossas, que somente nós conhecemos e adotamos para nossa vida. Portanto, elas estão e fazem parte do nosso íntimo, consciente ou inconscientemente estão em nosso íntimo.

Por Luana Chaves (28/09/08)


* Adaptado.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Dance bellydance, bellydancer!


A música invade meu ser.

As batidas pulsam dentro de mim,

E surge aquela imensa vontade de dançar!

Sinto meu coração pulsar mais forte.

O ritmo acelera, na medida certa...


Um compasso, quatro por quatrodois por dois, o derbak aumenta,

Acelera, muda:’Zaffa’!

Entra a melodia, me puxando,

Dois por quatro, um compasso, dois...

Meu corpo flutua!

Giro, um, dois, três, meia ponta!

'Arabesque'... meu corpo paira.

Entra a valsa, meus pés deslizam suave.

Um, dois, três, arabesque!

Giro, giro, giro...

'Baladi': DUM DUM TAKATA DUM TAKATA!

"Heilua"!


O sentimento inunda meu ser.

Meu sangue corre, circula

Desesperado pelas minhas artérias.

Meus olhos brilham,

Minha alma eleva-se...


O público anima, aplaude.

Minha felicidade é maior que eu,

Não cabe completa dentro de mim...

É muito amor, é incondicional!

‘Surré’, giro, valsa!

Acordeon... 'cambrê'!

Meu sangue corre, circula...

Sinto meu perfume se exalar.

O público anima e contempla meu ser

A se desfazer em prazer, em música, em vida!


E nada, jamais, poderá ser comparado

Ao prazer único de dançar;

Simples, profundo e sincero:

Dançar e dançar!



Por Luana Chaves (2008).

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Eu prefiro...



Pensamentos borboleteando...

Como poderia ser completa de mim, se apenas conheço metade do que sou? Eu prefiro a beleza mais exótica, os sorrisos mais escandalosos, os olhos mais chamativos, os cabelos mais cumpridos. ‘Eu prefiro o sofrimento legítimo do que o prazer forçado’. Sou exigente nos detalhes e relaxada nas maiores partes. Eu sou impulsiva, indecisa e enrolada, nem tanto; só o necessário para encontrar o que melhor se enquadra em mim.

Tenho dificuldade em aprender a gostar, pois gosto à primeira vista, me jogo, me envolvo, me decepciono, choro, sofro e dou a voltar por cima. Sempre! Sou intensa e verdadeira. Para tanto, o impulso! Encanto-me facilmente, desencanto-me mais fácil ainda! Mas quando me apaixono... Levo por uma vida! Gosto de risco, sentir medo, do friozinho na barriga...

Busco o que me faz bem. O que? A vida responde. O medo é apenas ilusão! Eu tenho receios e vivo tropeçando neles. Tenho mania de música. Música para dançar, cantar, refletir, ler, escrever, viajar, para o banho e até mesmo para dormir. Sim, para dormir. Música para tudo! Traduzo-me em letras e melodia. E outras manias. Elas compõem parte do que sou. E frescura também. Por que não? Elas dizem muito de como sou e do que não gosto.

Sou indecisa porque tenho diferentes pontos de vista sobre diversas coisas e assuntos. Tenho feridas que ainda não cicatrizaram, traumas que nunca serão esquecidos e amores que jamais se apagarão... Sempre quis ser diferente de todo mundo. Às vezes, sou mesmo diferente. Outras, sou igual a todo mundo. Sou de extremos, entretanto, doso na medida em que me convém. Sim, sou bem persuasiva! Mudo de humor freqüentemente. Ora sou tristonha, ora sou alegre, ora sou forte, ora sou bobinha, ora sou fria...

Sou sincera e espontânea. Digo o que penso, sou direta e, na maioria das vezes, não fujo. Eu sou o complemento de alguém, a metade que falta, só me resta encontrar alguém que se encaixe na metade que me comporta. Gosto da solidão para expressar. Expressar o que sinto, o que falta. Seja na dança, no violão ou no papel.

A arte me consome! A literatura me fascina pelas suas diversas formas de expressão. Fui cativada pelo amor exacerbado do Ultra-Romantismo e me apaixonei pela sinceridade e coragem de Castro Alves. Sou uma sagitariana convicta! Com essência fogo, minha primeira linguagem do amor é o toque físico. Seja um toque leve, um abraço apertado ou não, mas pele... Contato!

A Lua é minha metade no céu a olho nu. Traduz-me em cada fase, apaixonando-me a cada noite! As estrelas iluminam meu ego e guiam minhas idéias, meu ser. Minha dança é minha vida! Minha forma de expressão corporal, emocional e espiritual. Porque dançar não é de fora pra dentro, mas, sim, de dentro pra fora! É meu eu revelando-se em cada movimento, sorriso e olhar.

Gosto de calor humano. Conversas, olhares, abraços, risadas, carinho. Gosto de estar entre, com e distante. Distante para sentir falta. A saudade aquece e mantém. Não freqüentei a fila da paciência, gosto de tudo no ato! Às vezes, a ansiedade me sufoca. Outras, eu passo dos limites. E, muitas vezes, sou muito mulher e até mais macho que muito homem! Outras vezes, sou infantil. E outras vezes, ainda, sou muito responsável, enquanto que em outras, sou inconseqüente...

Tenho uma mania terrível. É a mania de Luana! Mania de querer no desafio, querer na dúvida. A conquista. O risco de perder e ganhar, a sensação de vitória, de conquista. Sentir o coração pulsar mais forte, as pernas ‘faltarem’, a falta de ar. Um amor sem frio na barriga nem barreiras, não é um amor que valha a pena lutar. Pelo menos, para mim. O amor é mais que uma conquista, é um estilo de vida. Vida na qual jamais há espaço para comodismo nem tédio. Vida que me escolheu como protagonista, sem chances de analisar possibilidades. De pensar. Impulso. É esse o termo que classifica o meu modo de amar.

Erro bastante e acerto com muita freqüência. Tudo é uma questão de ponto de vista. Eu aproveito cada minuto, até mesmo nos sonhos. Observo os mínimos detalhes, curto cada momento. Sou o que digo, o que penso, o que vejo e, principalmente, o que sinto. Sou intensamente sensitiva...

Por Luana Chaves (17/02/10)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Direitos do jovem



ArtigoI

Fica assegurado o direito à escolha, à livre escolha; que ninguém a faça pelo outro.

Artigo II

Fica estabelecido que nenhum jovem sofra abuso por sua escolhas e desejos, mas de modo que ao mesmo fica o dever de arcar com suas consequências.

Artigo III

Fica determinado que todo jovem aprenda o verdadeiro significado e peso da palavra "respeito" em seus diversos âmbitos da vida.

Artigo IV

Fica decretado o direito à compreensão do mundo, do universo, do existir, do eu, do viver, da vida.

Artigo V

Fica permitido ao jovem se tornar uma constante reinvenção do já, do agora; ter uma eterna busca pela existência transcendental.

Artigo VI

Fica garantido aos jovens, o amor livre. A livre manifestação do amor em sua pura essência.

Artigo VII

Por fim, fica afirmado que todo aprendizado, de qualquer espécie, não seja motivo de ostentação e sim de ajuda ao próximo.


Por Luana Chaves, junho/2009.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Ah, o impulso!


Pensamentos borboleteando...



A vida sempre me prega peças. Incrível como ela traz provas à minha pequena existência! Sinto-me como se eu fosse testada o tempo todo, como se eu tivesse que provar a todo instante que minha vida vale a pena ser vivida. Isso é bom. É como se fosse minha obrigação vivê-la intensamente, o que não deixa de ser verdade. A mais bela verdade da minha vida. E é ela. É ela que não me deixa cair na rotina nunca! Até mesmo nas pequenas ‘rotinas’ diárias, a mesma não me acompanha. Nunca vi uma vida tão cheia de imprevistos como a minha. Deus sabe do que estou falando...

O presente momento não é diferente. As pessoas sempre vêm e vão. Fato. E sempre sinto que tenho o controle da situação e das pessoas que me convêm. Só tem um problema. Um grande problema! O impulso. É ele que me ‘faz fazer’ (até mesmo falar redundâncias! =P) acontecer coisas de maneira precipitada, de forma imatura. Dessa forma, falo o que penso sem pensar (olha que ironia) e ajo pelo impulso (digo no sentido de relacionamentos, na maioria das vezes).

Quando eu quero, quero logo, no instante! Sou bastante indecisa, principalmente no que diz respeito a relacionamentos. Por isso mesmo, as coisas não podem demorar a acontecer na minha vida, se não, eu mudo de idéia. E mudo de uma hora pra outra, sem nem pensar direito (e mais uma vez o impulso impera).

Como pode uma pessoa fazer várias ‘besteiras’ em menos de uma semana? A resposta, eu não tenho. Mas tenho dito. Eu faço! Não por querer, por fato premeditado, nada disso; mas por impulso. Ah, o impulso! Ele tem me acompanhado bastante esses meses de férias. Acho que deve ser o ócio. Ele é um aliado de primeira fila do impulso. Tenho certeza!

Reza a lenda que a gente tem sempre uma segunda chance em tudo. Tudo bem. Às vezes, eu acredito. Às vezes, acontece comigo. E espero que dessa vez, eu acerte na primeira. Já errei demais em menos de um mês! “To que não me ‘guento’ mais” (como já diria o outro). Sempre acreditei que tudo é uma questão de lógica. A lógica de não deixar passar as oportunidades!

Enfim, seja o que meu Pai quiser. Ele me trará respostas, como sempre tem trazido. Quero e farei as coisas pela razão, não somente pela emoção. Como sempre tenho tentado. Sua razão é minha felicidade...

Por Luana Chaves, 14/02/10.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Anjo no meu quarto

Hoje é dia de lua cheia e o sono passa longe da minha cama, longe de mim. Na verdade, eu estava dormindo. Dormindo, não. Cochilando. Quando, de repente, eu escuto um raspar de unhas na janela. Fiquei meio assustada, revirei-me na cama e fiquei imóvel. Medo. Confesso, fiquei com medo. Mas logo passou, pois eu senti uma sensação leve, uma corrente fria de ar soprava no meu rosto. Eu sabia. Claro! Havia alguém na janela. Hesitei um pouco, mas logo me revirei na cama e senti um clarão no quarto. Como assim? Como isso é possível? Não, eu devo é estar sonhando – foi o que eu pensei.

Passaram-se alguns segundos, esfreguei meus olhos e logo fui tomada por uma sensação de realidade muito forte. É fato. Há um anjo escondido no meu quarto. É verdade, eu o posso ver. Ele está bem ali, sentado na janela à minha frente. Dá para ver quando a brisa balança de leve a cortina. É sério, eu o posso ver atrás dela. Ele fica quietinho, só me olhando. Tem grandes olhos azuis, que formam um olhar bem curioso, penetrante. O que será que ele procura aqui, em mim? Às vezes, ele abre um sorriso. Tem belos dentes, uma boca bem delineada. Faz uma carinha doce, meiga. Demonstra uma ternura quase que imperceptível. Tem asas, grandes asas brancas rodeadas de um brilho muito intenso, quase que ofuscante. Eita! Ele saiu da janela! Que belo, anjos voam mesmo!

Durante algum tempo, ele ficou voando de leve no meu quarto. Batia as suas asas numa harmonia perfeita, fui embalada pelo ritmo sinuoso que aquele par branco e brilhante fazia. Ele analisava cada parte de mim. Sempre com ternura no olhar. Tem um sorriso realmente encantador. A sua presença me envolvia cada vez mais e eu não conseguia mover-me, é como se eu estivesse congelada. Intacta à presença dele... Desperta-me muita curiosidade.

Depois de muito observar (tanto em mim quanto no ambiente), o anjo veio para um plano mais próximo de mim. Vem aproximando-se cada vez mais e mais depressa que antes. Acaba de pousar sobre a minha cama, batendo as suas asas cada vez mais rápido. Seu rosto foi se transformando, não sei bem explicar. Parecia agora um rosto de malícia, não mais de ternura. Parou à minha frente e eu me apressei em falar:

- O que queres de mim, lindo anjo? - Ele não responde, só continua a fitar-me os olhos, com grande interesse e devoção à minha pessoa.

Num gesto rápido e delicado, acaba de pegar a minha mão com agilidade e firmeza:

- Ei, anjo! Não! Não, eu não quero ir. Solte-me, anjo... anjo! Anjo... - Tarde demais, fui assassinada por um anjo.

Por: Luana Chaves

(23/05/05)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Relato de uma amiga

Pensamentos borboleteando...

Por que ela dança, eu não sei. Esconde o rosto, mas mostra a alma. Deve ser pra provocar os mais quietos desejos humanos. Porque ela se entrega aos sorrisos quando se mexe, eu também não sei. Eu sei que ela nos encanta, que tem um sorriso que derrete corações de gelo.

Ela balança as mãos, ela se entrega, com suas curvinhas tão singelas. Ela é mais do que menina, ela é mais do que mulher (mas ainda não sabe). Não sei quando nos conhecemos, só sei que se tornou inesquecível. Covinhas surgem do rosto, das costas, de todo o corpo pequeno...

Tão pequena, mas com desejos enormes e poderes destruidores. Boneca de porcelana, bichinho da seda, bailarina da minha caixinha de música. Um dia ela toca violão, outro dia eu canto desafinada, um dia ela me dá suas músicas, outro dia eu lhe dou trabalho, um dia ela posa de modelo, outro dia me acompanha ao hospital.

Não quero que se vá, só quero que me encontre, nos seus pensamentos, no seu coração. Sua amizade e intensidade me conquistam, mesmo quando eu não a vejo. Um dia ela me ensina a dançar, outro dia eu danço funk sem saber dançar. Um dia eu durmo na cama dela, outro dia ela me liga.

Eu não sei fazer poesias, eu não sei usar as palavras, eu só sei guardar a ''pequena'' numa redoma de cristal. Ela me conquistou, porque, além de dançar, ela falava e sorria...

* Adaptado.



terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mania de Luana



Pensamentos borboleteando...


É sempre assim. Procuro, procuro. Sempre fui indecisa, desde pequena. E são sempre dúvidas bizarras! Quase sempre. Relacionamentos me tiram do sério. Eu tenho preguiça das pessoas. Tiro por mim, eu sou complicada demais. Sou um enigma pra mim mesma, até hoje. Só não sou mais complexa por falta de espaço. Espaço e interesse. Há outros fatos que me convém e despertam interesse, além da minha própria imagem...

Mas levei muito tempo para descobrir isso. O amor próprio foi o sentimento que mais reinou dentro de mim por muito tempo. Até o tempo em que amei. Amei pela primeira vez. Foi como um furacão, que arrastou consigo todas as minhas certezas, deixando, enraizadas dentro de mim, muitas dúvidas, medos, incertezas e até mesmo insegurança. Por que não? Sobretudo, deixou a compaixão, o carinho, a compreensão, a saudade, o amor. Sim, o amor. Amor que jamais quis se libertar do meu ego. Amor que me traz boas lembranças, amor que nunca deixou mágoas.

A saudade é o sentimento que mais aproxima as pessoas. Pelo menos, de mim. Foi esse sentimento que sempre me manteve aquecida pelo amor que me arrebatou o peito! Ele era sempre a razão e a emoção ao mesmo tempo! Como pode? Não sei. Saudade. Sentimento que sempre foi presente, depois que experimentei desse amor. Foi a saudade que sempre manteve esse amor em vivas chamas...

Depois disso, descobri que minha imagem não era nada se não tivesse alguém para admirar e até mesmo criticar. Criticar! Foi essa a palavra que me levou a grandes mudanças. Digo isso não porque sempre fui uma pessoa muito crítica, cheia de opinião. Mas porque descobri o valor do outro lado. O valor de ser criticado, o valor de ser vista pelos olhos de alguém que me devotava um grande amor.

É pela saudade que a gente percebe a intensidade do amor. Quer dizer, eu tinha percebido. Mas a presença. Ah, a presença. Ela é mais intensa do que a saudade. A presença me aproximou e disparou meu coração, de uma forma que eu jamais juraria sentir. Parecia que ia explodir, o coração doía de tão fortes as batidas. As pernas? Ah, elas nunca me serviram de verdadeiro apoio. ‘Tremilicava’ toda, sentia o sangue correr desesperado pelas minhas artérias...

Noites em claro. É o resumo de muitas poesias que me restaram. Até então, jamais saberia o que significava a palavra ‘insônia’. E até mesmo acreditava que não passava de frescura. Porém, senti sua veracidade. De uma forma tão intensa, tão pessoal. Lágrimas rolaram, e eu jamais pude contar quantas foram as gotas do meu desespero que escorria pelo meu rosto, até cair no meio seio, pelo medo da perda.

Ela aconteceu por muitas vezes, em situações diversificadas. A culpa me acompanhava às vezes. Mas, às vezes não. O erro sempre foi uma questão de ponto de vista. Todos sabem, porém, nem todos enxergam. Aliás, poucos enxergam. A comunicação falha. É, ela sim. Ela é que sempre foi a culpada! Foi ela que pôs em dúvidas, por muitas vezes, a veracidade desse sentimento que venho discorrendo.

Não é dela que venho aqui dizer. É da minha mania. Da mania de Luana. Mania de querer no desafio, querer na dúvida. A conquista. O risco de perder e ganhar, a sensação de vitória, de conquista. Sentir o coração pulsar mais forte, as pernas ‘faltarem’, a falta de ar. Um amor sem frio na barriga nem barreiras, não é um amor que valha a pena lutar. Pelo menos, para mim. O amor é mais que uma conquista, é uma forma de vida. Vida na qual jamais há espaço para comodismo nem tédio. Vida que me escolheu como protagonista, sem chances de analisar possibilidades. De pensar. Impulso. É esse o termo que classifica o meu modo de amar. Por isso, relacionamentos me tiram do sério!

Por Luana Chaves, 02/02/10.