segunda-feira, 17 de maio de 2010

A realidade do sonho


Pensamentos borboleteando...


Às vezes, parece de propósito! Eu que tanto sonhei uma noite inteira. Foi uma noite linda, repleta de encontros e desencontros. Mas tudo era novo, cativante... O cheiro doce da brisa de uma noite com céu estrelado! Ah, ainda posso sentir o pêlo da minha pele mexendo aos movimentos suaves que aquela brisa trazia... Você estava lindo! Vestido à vontade, com malícia no olhar e um sorriso tímido, que me instiga a cada dia mais a decifrar-te pela boca!


Por que as coisas tomam rumos tão inesperados ao que tentamos, ingenuamente, prever? Vai ver que a graça realmente encontra-se aí, nesse misto de dúvidas, medos, surpresas e incertezas. Incertezas que me arrepiam a espinha só de pensar em quais são. Não quero que você se torne o objeto principal dessa provável incerteza, que pode vir a assombrar minha paz, meu desejo de ti.


Se pudesse filmar aquele momento... Não, não posso nem pensar nessa impossível possibilidade! Mas confesso que ela seria a razão do meu inexistente bom humor matinal. Sim, teu sorriso tímido operaria esse milagre em mim...


O perfume, o toque. Tuas mãos me levaram pra perto de ti, do teu cheiro, teu colo. Quase pude sentir teu coração palpitar contra meu peito, que dilacerava ao encontro do teu calor. Mas tudo passou. E nada foi além de uma noite, uma linda noite estrelada!



Por Luana Chaves

(16/05/10)


terça-feira, 4 de maio de 2010

Couraças: ontem e hoje



Pensamentos borboleteando...


Como todo mundo sabe ou pelo menos desconfia, nós, seres humanas, temos uma capacidade inerente de adaptação. Seja qual for o tempo, ambiente ou estado de espírito e humor, adaptamo-nos conforme a necessidade pessoal ou social, individual ou coletiva. Mudamos. E as mudanças ocorrem, normalmente, de acordo com as escolhamos que fazemos, as ações que praticamos.


Agora a pouco, eu estava remexendo em materiais antigos que guardo a sete chaves. Lendo uns cadernos, deparei-me com poesias que escrevi ainda quando estava na 7ª série! Com 20 anos, senti um estranho incômodo ao decifrar páginas e páginas carregadas de lágrimas, angústia, desespero, incerteza. Era o sofrimento puro. Puro e sincero. Sentimentos de uma garotinha que havia começado a decodificar seus desejos e anseios, de forma simples e direta.

Hoje as poesias são mais densas, indiretas e nos remetem a ler as entrelinhas, enxergar a sua profundidade através do que está subentendido e não daquilo que está exposto, “escrachado”, fazendo com que as pessoas interpretem como algo banal. Será de propósito? Será que temos medo de sermos interpretados como banais? Ou será tudo isso um mistério? Uma maneira de querermos parecer, de alguma forma, mais interessantes?


A diferença básica é de que quando éramos mais jovens, tínhamos o tempo todo do mundo para sofrermos e agora pensamentos que temos muito pouco tempo para viver, aproveitar a vida, que não há espaço para o drama? Ou tudo isso tudo não tem nada de “friamente calculado”, e nos tornamos assim por pura culpa do inconsciente como forma de mecanismo de defesa contra o mundo frio e calculista em que vivemos?


Nada que eu tenha a resposta em primeira mão. Aliás, talvez nunca tenha mesmo. O fato é que não optamos, mas somos espontaneamente forçados a mudar de postura, opinião, estilo de vida, assim como o camaleão muda de cor, conforme o interesse que nos convém e/ou de acordo com aquilo que nos é imposto pela sociedade, uma vez que o homem não sobrevive isolado, mas sim em conjunto a todas as espécies, que se encontram em constantes transformações, exigindo, assim, cada vez mais mudanças de adaptação.


Jovens ou não, somos bombardeados de transformações por todos os âmbitos da vida. Cabe a cada um de nós sabermos lidar da melhor maneira possível com nossas couraças, que cada um, no íntimo, sabe exatamente quais são.



Por Luana Chaves

(04/05/10)