quarta-feira, 25 de abril de 2012

Equilibre-se



            Pensamentos borboleteando...
            É engraçado como o tempo passa, a gente erra, acerta, amadurece, ignora, passa por cima, atura... E a gente sempre bate na mesma tecla. Não somente em um aspecto, mas, em mais de vários! Burrice? Não sei. Não sei mesmo. Só sei que ontem, quando fui dormir, após fazer minhas orações diárias, não tive sono (coisa rara). Então, tive um momento muito bacana. Pude entrar num diálogo comigo mesma. Bem que não é raro... Sabe, tinha tempo que não vinha aqui. Ando meio sem tempo. Na verdade, ando meio sem inspiração para escrever textos fantásticos e nem é minha pretensão fazê-lo hoje, nem nunca foi, enfim...
            Esses últimos dois meses, eu passei por momentos tão diferentes. Nunca tinha passado por uma fase assim. Se você me perguntar, nem sei ao certo dizer o que passei, o que senti. Só sei que doeu. Doeu como se tivessem enfiando uma flecha no meu peito! Não saberia dizer que tipo de dor eu sentia, muito menos o sentimento que ma acompanhou por esse tempo. Por um tempo, fui me acostumando com essa dor que a flecha causou. Já não sentia mais dor, só o incômodo. O incômodo das pessoas que eu amo me cercando, me cobrando presença, atenção, cobrando uma coisa que eu não poderia ter dado naquele momento. Cobrando algo que não pude dar a mim mesma. Estava frágil, não estava bem comigo mesma.
            Sabe qual é a sensação de você não se identificar com a própria pessoa que você é? Eu jamais saberia responder a essa pergunta se não tivesse sentido na pele o que é estar num corpo em que você não se sente pertencente. É horrível, como se você tivesse se transformada numa outra pessoa. Transformação na qual você parece não ter feito parte. É você dormir de um jeito e acordar de outro sem nem saber o que se sucedeu durante a madrugada. Foi assim que me senti durante esse tempo.
            Não conseguia colocar pra fora, não conseguia dizer o que sentia. Não queria saber de ninguém perto de mim, porque ninguém entendia o meu silêncio, ninguém entendia o sufoco que eu sentia por algo que eu não sabia o que era. Ninguém teve a sensibilidade de perceber o meu silêncio. Nem culpo, nem julgo. Até porque, nem eu mesma sabia o que significava todo aquele silêncio, toda aquela angústia que pairava sobre mim. Eu só chorava, era essa a minha forma de expressão. Que foi falha, pois, ninguém presenciou nenhum momento desse, ninguém viu uma lágrima escorrer, ninguém viu o sentimento que eu escondia atrás das risadas, das brincadeiras...
            Se me fechei, se não compartilhei, se me silenciei, foi porque não tive espaço pra expressar em palavras o que sentia. O que eu queria era só falar. Mas, como? Não conseguia... Então, me fechei no meu silêncio. Não que tenha sido ruim, foi muito bom. Pude perceber que muitas das minhas escolhas não foram feitas por mim. E eu quero viver as minhas escolhas, eu quero acertar, quero quebrar a cara. E quero vocês, meus amigos, comigo. Quero um abraço aperto de saudade, quero um sorriso de alegria, quero um colo quando me sentir frágil, quero um ombro amigo pra chorar...
            É bem verdade que o que eu mais quero agora é cuidar da minha própria vida. Agradeço as preocupações, o cuidado. Mas, sabe, cuidar da própria vida é sempre a melhor opção. O que venho hoje aqui dizer a você, caro leitor, é que deixe de lado a vida do alheio, deixe de se preocupar com a vida dos outros. Procure resolver seus próprios problemas antes de apontar os problemas alheios. Busque seu equilíbrio emocional primeiro para depois aconselhar o próximo. Se você não está em equilíbrio, não serve de suporte para ninguém. Cuide de você, da sua vida, dos seus medos, dos seus deslizes, das suas fraquezas. Trabalhe em você o que gostaria de mudar, o que precisa ser mudado.
            Depois que a sua vida estiver boa, depois que você conseguir resolver seus próprios problemas, depois que você conseguir lidar com seus sentimentos, aí, sim, você procura ajudar o próximo. A gente não consegue dar ao outro aquilo que a gente não tem, a gente não consegue servir de exemplo para o outro se não consigamos ser exemplos pra nós mesmos. Estejamos bem com a gente mesmo para, depois, podermos fazer o bem ao próximo.
            Equilibre-se (:

Por Luana Chaves (25/04/12)