segunda-feira, 4 de março de 2013

Saindo do casulo

 
Pensamentos borboleteando...
Sonhar, todo mundo sonha. Querer realizar um sonho, qualquer um quer. Todavia, sonhos não se concretizam na inércia. É preciso sair da zona de conforto! Objetivos sem metas são como flores atiradas ao léu, o vento leva! Sacrifícios fazem parte do processo, afinal, não existe escolha sem renúncia...
 Se eu gosto de assistir 8h de aula ao dia durante a semana? Se eu me divirto no meu tempo livre resolvendo exercícios? E se eu me encho de felicidade quando chega o final de semana e o meu horário de aula triplica? Alguém acha mesmo que eu gosto de estudar essas disciplinas chatas e entediantes? Uns dizem que eu estudo muito, outros acham o cúmulo do absurdo o fato de ter aulas aos domingos! Outros, ainda, dizem que estou louca e que não vivo mais. Há tantos outros, porém, que não acreditam e me aconselham a fazer outras coisas, além daqueles, é claro, que se corroem pelo fato de eu “só estudar”, como se fosse pouco. Cobrança maior do que a minha, não há! Já briguei, já chorei, já me importei... Mas, quer saber? Foda-se!
E, sim, eu tenho vontade de “viver”, sinto falta das minhas saídas, dos meus amigos e sinto falta, também, daqueles momentos à toa, sabe? Quando a gente fica deitada com e pé pra cima, escutando uma boa música com uma panela de brigadeiro, pensando na morte da bezerra? Pois é, hoje não dá pra fazer isso. Não sobra tempo nem pra ficar triste; quando penso em sofrer por algum motivo, olho para o lado e vejo o tanto de conteúdos que eu tenho que estudar...
Só se transforma quem precisa de mudança e, sinceramente, decidir por um estilo de vida diferente é difícil, afinal, mudar dói e envolve muitas coisas... Eu gosto muito do ciclo de vida das borboletas, acredito que se aplica muito a nós, seres em constante transformação. Antes de se tornar um ser tão frágil e bonito, cheio de cores e encantador, como declama ‘O Teatro Mágico’: “Borboleta parece flor que o vento tirou pra dançar”, elas nascem de um ovo e vivem como lagartas dentro de um casulo por um ano ou mais tempo e, quando acham que estão morrendo, rompem essa barreira, alçam vôo e ganham o mundo, iluminando nossos olhos e embelezando a natureza!
Assim somos nós, como borboletas, precisamos ser “essa metamorfose ambulante”, como já dizia meu querido ‘Raulzito’! Você também pode, se quiser mudar. Nossos únicos concorrentes somos nós mesmos, quando deixamos o medo e a incerteza tomar de conta da gente, quando colocamos empecilhos ao invés de correr atrás dos nossos sonhos, quando deixamos outros se imporem a nossa vontade.
Quando deixamos de sermos vítimas do destino e nos tornamos agentes ativos de nossas próprias histórias, não importa tempo nem contratempos, o que é pra ser nosso, será. Assim como as borboletas atravessam oceanos, nós, também, atravessaremos nossas dificuldades e alcançaremos nossos sonhos. É preciso ter “foco no objetivo, força na luta e fé na conquista”!
Pronto, falei!
Por Luana Chaves (04/03/2013)
 

terça-feira, 22 de maio de 2012

Cedendo lugar


Pensamentos borboleteando...

Engraçado como a gente tem clareza das coisas na convivência do dia a dia e, muitas vezes, nem percebe. Confesso que já me incomodei com isso. Muito, diga-se de passagem! Mas, o tempo passa e a gente amadurece. Como já dizia Caetano Veloso: "tempo, tempo, tempo, tempo, és um dos deuses mais lindos". É verdade. O tempo é lindo, pois, ele passa e transforma e, um dia, a gente aprende que as pessoas mudam de "posição" em qualquer relação. Todavia, hoje, venho falar sobre amizade. Sim, há uma amizade entre duas pessoas. De repente, não mais que de repente, aparece uma outra. Novidade, humor diferente, vida diferente, conversa diferente, cabeça diferente, mais uma vez: novidade! Então, a amizade mais antiga, mesmo sem querer, dá lugar a essa pessoa nova... É assim! Se a amizade mais antiga não cede lugar à próxima, aí surgem os atritos, porque, a bem da verdade, é que ninguém substitui ninguém. Como já constatava Isaac Newton: "dois corpos não ocupam o mesmo lugar", portanto, duas pessoas não ocupam a mesma posição na vida de ninguém. Então, às vezes, é melhor se recolher, rever conceitos. Sabe por quê? Porque, sinceramente, se alguém deixa outro ocupar o lugar que era seu numa relação é porque, talvez, meu amigo, esse lugar nunca tenha sido seu... É isso!


Por Luana Chaves
(22/05/12)

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Equilibre-se



            Pensamentos borboleteando...
            É engraçado como o tempo passa, a gente erra, acerta, amadurece, ignora, passa por cima, atura... E a gente sempre bate na mesma tecla. Não somente em um aspecto, mas, em mais de vários! Burrice? Não sei. Não sei mesmo. Só sei que ontem, quando fui dormir, após fazer minhas orações diárias, não tive sono (coisa rara). Então, tive um momento muito bacana. Pude entrar num diálogo comigo mesma. Bem que não é raro... Sabe, tinha tempo que não vinha aqui. Ando meio sem tempo. Na verdade, ando meio sem inspiração para escrever textos fantásticos e nem é minha pretensão fazê-lo hoje, nem nunca foi, enfim...
            Esses últimos dois meses, eu passei por momentos tão diferentes. Nunca tinha passado por uma fase assim. Se você me perguntar, nem sei ao certo dizer o que passei, o que senti. Só sei que doeu. Doeu como se tivessem enfiando uma flecha no meu peito! Não saberia dizer que tipo de dor eu sentia, muito menos o sentimento que ma acompanhou por esse tempo. Por um tempo, fui me acostumando com essa dor que a flecha causou. Já não sentia mais dor, só o incômodo. O incômodo das pessoas que eu amo me cercando, me cobrando presença, atenção, cobrando uma coisa que eu não poderia ter dado naquele momento. Cobrando algo que não pude dar a mim mesma. Estava frágil, não estava bem comigo mesma.
            Sabe qual é a sensação de você não se identificar com a própria pessoa que você é? Eu jamais saberia responder a essa pergunta se não tivesse sentido na pele o que é estar num corpo em que você não se sente pertencente. É horrível, como se você tivesse se transformada numa outra pessoa. Transformação na qual você parece não ter feito parte. É você dormir de um jeito e acordar de outro sem nem saber o que se sucedeu durante a madrugada. Foi assim que me senti durante esse tempo.
            Não conseguia colocar pra fora, não conseguia dizer o que sentia. Não queria saber de ninguém perto de mim, porque ninguém entendia o meu silêncio, ninguém entendia o sufoco que eu sentia por algo que eu não sabia o que era. Ninguém teve a sensibilidade de perceber o meu silêncio. Nem culpo, nem julgo. Até porque, nem eu mesma sabia o que significava todo aquele silêncio, toda aquela angústia que pairava sobre mim. Eu só chorava, era essa a minha forma de expressão. Que foi falha, pois, ninguém presenciou nenhum momento desse, ninguém viu uma lágrima escorrer, ninguém viu o sentimento que eu escondia atrás das risadas, das brincadeiras...
            Se me fechei, se não compartilhei, se me silenciei, foi porque não tive espaço pra expressar em palavras o que sentia. O que eu queria era só falar. Mas, como? Não conseguia... Então, me fechei no meu silêncio. Não que tenha sido ruim, foi muito bom. Pude perceber que muitas das minhas escolhas não foram feitas por mim. E eu quero viver as minhas escolhas, eu quero acertar, quero quebrar a cara. E quero vocês, meus amigos, comigo. Quero um abraço aperto de saudade, quero um sorriso de alegria, quero um colo quando me sentir frágil, quero um ombro amigo pra chorar...
            É bem verdade que o que eu mais quero agora é cuidar da minha própria vida. Agradeço as preocupações, o cuidado. Mas, sabe, cuidar da própria vida é sempre a melhor opção. O que venho hoje aqui dizer a você, caro leitor, é que deixe de lado a vida do alheio, deixe de se preocupar com a vida dos outros. Procure resolver seus próprios problemas antes de apontar os problemas alheios. Busque seu equilíbrio emocional primeiro para depois aconselhar o próximo. Se você não está em equilíbrio, não serve de suporte para ninguém. Cuide de você, da sua vida, dos seus medos, dos seus deslizes, das suas fraquezas. Trabalhe em você o que gostaria de mudar, o que precisa ser mudado.
            Depois que a sua vida estiver boa, depois que você conseguir resolver seus próprios problemas, depois que você conseguir lidar com seus sentimentos, aí, sim, você procura ajudar o próximo. A gente não consegue dar ao outro aquilo que a gente não tem, a gente não consegue servir de exemplo para o outro se não consigamos ser exemplos pra nós mesmos. Estejamos bem com a gente mesmo para, depois, podermos fazer o bem ao próximo.
            Equilibre-se (:

Por Luana Chaves (25/04/12)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Cabana de sentimentos





Pensamentos borboleteando...

Como numa visita a uma cabana abandonada em meio a um bosque... Não sei se você ou alguém presenciou aquele momento que possa concordar comigo, mas, o caminho de chegada era muito bonito, me encantava a cada passo dado. Havia muito verde. Eu sentia um cheiro muito forte de vida. Uma vida que não se equiparava à minha, vida que se mantinha longe de mim, longe daquilo que eu gostaria de vivenciar de vez em quando... A trilha sonora era sensacional! Tantos cantos diferentes... Um som agudo, outro mais grade, uma dupla, um trio, um canto solitário. Aqueles bichinhos, tão exóticos, compunham uma canção que eu jamais poderia reproduzir a sons humanos.
Aquela canção era tão bela, tão marcante, tão intensa, que me fez esperar por muito tempo até que, então, eu tomasse coragem e adentrasse aquela cabana, aquele lugar frio, aquele centro de atenções, que guardava a sete chaves sentimentos que eu jamais poderia traduzir agora... Somente elas, aquelas palavras ditas no momento, no tempo de acontecimento, é que podem traduzir, dizer o que foi dito, o que foi sufocado, o que foi silenciado, o que foi sentido, o que eu vivi...
Minha respiração era quase que ofegante, sentia meu coração disparar, como quem acaba de desacelerar uma corrida em passos largos. Meus olhos fitaram aquela paisagem, congelaram aquela cena tão emocionante... Porém, o cheiro forte de madeira molhada me deixou enjoada, trazia-me uma sensação de ânsia, uma mistura de sensações, na qual eu não sabia se gritava, se chorava, se colocava tudo pra fora... Sustentei. Respirei fundo, fechei os olhos, apoiei-me numa lasca de tronco que se encontrava amarrada próximo à entrada da casa abandonada, imitando uma pilastra mal acabada. Quando percebi que já podia me sustentar sem aquele apoio rústico, pouco seguro, esfreguei meus olhos, soltei um suspiro prolongado e segui em direção à porta.
Quando fiquei defronte à entrada daquela casa, daquele lar abandonado, senti uma ponta de insegurança pairar sobre mim. Naquele momento, senti meu passado se aproximando, quase que me puxando no tempo. E, de repente, senti meu presente se distorcer. Como se o fato de eu adentrar aquele lugar vazio, cheirando a mofo, pudesse impactar no que eu estava vivendo, pudesse ofuscar o que o meu presente estava me ofertando. Então, como que para abafar esses pensamentos que estavam me deixando confusa, eu bati de leve na porta que se encontrava entreaberta. Do outro lado (de dentro), ninguém respondeu. Bati novamente. Dessa vez, o som da batida saiu com mais vontade, todavia, escutei somente o eco da minha mão contra a porta se espalhar pelo ambiente. Não hesitante, porém, adentrei o espaço.
Entrando na cabana, senti um cheiro muito intenso de incenso. Ainda recordo-me, a essência era de canela. Dei uma olhada tímida em volta daquele lugar cheio de teias de aranhas e não me senti nada confortável. Era como se eu tivesse numa cena daqueles filmes de terror, em que a vítima é jogada como forma de seqüestro num lugar bem obscuro. Enfim, depois dessa olhada rápida, notei que a cabana se dividia em dois cômodos, se é que se pode assim dizer. Havia uma daquelas cortinas hippies, tipo de artesanato, sabe. Então, ergui minha mão e puxei num ato rápido aquele tecido remendado e avistei um ambiente que mexeu completamente comigo, então, o desconforto se foi, deixando espaço apenas para a familiaridade que senti naquele momento...
Na verdade, era bem esquisito, para não se dizer assustador! Depois que a cortina se foi com o desconforto que me acompanhava até então, eu avistei o “meu” espaço. Sim, era isso mesmo! Havia esse mesmo abajur e essa mesma televisão antiga que você, que está lendo essas palavras agora, pode enxergar de marca d’água dessa página. Além do mais, esses mesmos quadros de parede estavam dispostos dessa mesma forma: acima do abajur sobre a televisão. Que loucura! Que bruxaria era essa, afinal¿ Bem, foi isso que, a princípio, eu também pensei. Mas, não. Não era bruxaria, não era nada demais. Era você, caro leitor, me acompanhando até meu cantinho de escrita, cantinho em que sai e se fica guardado muito do que se passa comigo.
Essa cabana em maio a um bosque cada mais é do que esse espaço em que nos encontramos agora. É o meu canto. Canto que em volta tudo é bonito, a música é perfeita, mas, que, por dentro, é um ninho de confusão, de contradição, de sentimentos, de vida que não se compartilha da porta pra fora. Por isso as teias, os móveis antigos, o incenso recém aceso, o conforto e o desconforto, a vida, a minha vida...
É nesse “cômodo” da cabana “abandonada” que eu queria deixar você agora. É aqui que eu quero que você fique, para que possa entrar em contato com o que me confunde por inteira. É qui que você tem que ficar para me conhecer, para enxergar com precisão o que eu sinto, o que desejo, o que quero viver, o que eu quero de você...
Agora, eu me despeço. Não da cabana, não de você, mas, sim, das minhas e das suas incertezas. Fique à vontade, aproveite o momento. Deixarei a porta entreaberta como quando você entrou. A lasca de tronco amarrada em forma de pilastra estará mais à frente da casa, para que você consiga pegar seu caminho de volta. Não bagunce nada, não mexa nas cinzas do incenso. Apenas “leia” todos os meus sentimentos e os interprete pensando não só em você ou somente em mim, interprete-os pensando em nós dois...

Por Luana Chaves (27/02/12)










segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Folhas de outono


E mais um dia.
Uma clareira que se põe ao sol,
Às margens da inquietação...

O destino se distancia, mais e mais.
Como a ventania que sopra longe
As folhas de outono.

As mãos não mais se apertam,
Os olhares não mais se cruzam,
Os lábios já não mais se tocam...

O vazio e o silêncio de sempre
Tomando de conta da respiração
Que não se ofega mais.

Os suspiros e os passos de um corpo
Que não mais se sustena, vagando pelo vale
De incertezas em sentimentos confusos.

As folhas de outono varrem para
Longe a certeza de um sentimento
Que não se sabe...

As mãos que não se tocam,
O desejo que se desvaneia,
A pulsação descompassada,
O resto de mim...

Por Luana Chaves
(23/10/11)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Outonos e primaveras


Primavera é tempo de ressurreição. A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo. O que hoje está revestido de cores precisou passar pelo silêncio das sombras. A vida não é por acaso. Ela é fruto do processo que a encaminha sem pressa e sem atropelos a um destino que não finda, porque é ciclo que a faz continuar em insondáveis movimentos de vida e morte. O florido sobre a terra não é acontecimento sem precedências. Antes da flor, a morte da semente, o suspiro dissonante de quem se desprende do que é para ser revestido de outras grandezas. O que hoje vejo e reconheço belo é apenas uma parte do processo. O que eu não pude ver é o que sustenta a beleza.

A arte de morrer em silêncio é atributo que pertence às sementes. A dureza do chão não permite que os nossos olhos alcancem o acontecimento. Antes de ser flor, a primavera é chão escuro de sombras, vida se entregando ao dialético movimento de uma morte anunciada, cumprida em partes.

A primavera só pode ser o que é porque o outono lhe embalou em seus braços. Outono é o tempo em que as sementes deitam sobre a terra seus destinos de fecundidade. É o tempo em que à morte se entregam, esperançosas de ressurreição. Outono é a maternidade das floradas, dos cantos das cigarras e dos assovios dos ventos. Outono é a preparação das aquarelas, dos trabalhos silenciosos que não causam alardes, mas que mais tarde serão fundamentais para o sustento da beleza que há de vir.

São as estações do tempo. São as estações da vida.

Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras. Também nós cumprimos em nossa carne humana os mesmos destinos. Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos faz abraçar o silêncio das sombras...

Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias que nos caem do céu, quando menos esperadas, anunciando que depois de outonos, a vida sempre nos reserva primaveras...

Floresçamos.

Pe Fábio de Melo

terça-feira, 9 de agosto de 2011

(DES) medindo a altura do abismo


Terça-feira. Praticamente uma semana para voltar à rotina, ela que eu não gosto, ela que eu preciso para sobreviver... Como num déjà vu, eu vejo tudo acontecer de novo, como a reprise daquela cena da novela em que os olhos ardem, a garganta seca, a lágrima relutante que não se atreve a ultrapassar o conto dos olhos tristonhos...
Ainda recordo-me de como eu era, num passado em que nada era maior que o presente que se vive ou o meu pensamento é que era pequeno demais e eu não compreendia a imensidão que ultrapassava o tempo e espaço? Quer saber? Essa pergunta não fui eu quem respondeu, mais tarde, o tempo se encarregou de seu esclarecimento, sim, foi ele.
Como já dizia Zeca Baleiro, o meu chamado marido musical: “beibe, você não precisa de um salão de beleza, pois, sua beleza é bem maior do que qualquer beleza de qualquer salão”. Era bem assim que eu me enxergava através do reflexo no espelho, quando eu não me importava com o meu cabelo, quando eu não ligava para as minhas unhas pretas descascadas ou pintadas de vermelho berrante, quando eu fazia questão de reforçar o cajal preto sobre o contorno dos olhos desafiadores, quando eu me vestia de calças largadas, quando me chamavam de magrela...
A bem da verdade, é que eu não me importava com nada disso. Eu me amava demais e isso fazia com que eu não me importasse com nenhuma palavra que fugia ao pensamento daquilo que as pessoas direcionavam à minha pessoa. Apesar de ser muito crítica, eu não ligava para elas quando expressavam aquilo que poderia se referir a mim. Está certo, eu nunca tive muita paciência, muito menos para ouvir críticas!
O tempo passa e, como eu já falei isso aqui uma vez, ele passa depressa, passa rindo da gente! Todavia, em meu pensamento, ainda consigo resgatar situações passadas que me remete à pessoa que eu fui um dia. Aquela garotinha valente, possuidora de uma coragem e ousadia que, hoje, se resume a medo, insegurança e personalidade, o que, graças a Deus, nunca me faltou! Ainda assim, em meio a essas fagulhas, eu ainda consigo entrar em contato com essa garota de vez em quando...
O fato é que eu não me importava em nada com as conseqüências, simplesmente agia. Não que minha impulsividade tenho ido pro pau, mas, no passado, eu não media a altura do tombo, não importava onde cairia, se no gramado, no concreto, ao mar... Eu sentia intensamente, sem medo nem culpa, amava quantas vezes fosse possível, sofria quantas vezes fosse necessário para esquecer!
Ninguém vive de sensações, emoções, sentimentos, se não tiver alguém para partilhar tais vivências. Pessoas maravilhosas fizeram e ainda fazem parte da minha vida, pessoas surpreendentes desfrutaram comigo um amor que eu jamais juraria sentir. E foram exatamente essas pessoas que cruzaram o meu caminho, que compartilharam comigo momentos inesquecíveis, que me fizeram, também, dosar a minha ousadia, frear a minha coragem e medir a altura do abismo antes de me jogar a fim de viver a sensação da queda livre...
E foi assim que eu aprendi a desviar, na medida do possível, meu caminho das “ciladas”. Durante muitos anos, esse foi o mecanismo de defesa que eu me utilizei para sobreviver às armadilhas do destino. Entretanto, um dia, cansada desse ciclo vicioso, experimentei agir como no passado, sem filtro nem freio nem receio e me vi, de surpresa, diante das mesmas frustrações e erros cometidos há cinco, sete anos atrás.
O que fica para mim disso tudo, é que não importa em que época viveremos, o fato é que, se não tivermos coragem e ousadia para vivermos nossos momentos em verdade e intensidade, nossos medos e covardias passarão à frente de nossos relacionamentos e viveremos de relações vazias, sem grandes emoções, pois, sempre teremos o receio em arriscar, o medo de nos frustrarmos...
Eu não sei você que, por ventura esteja lendo essas palavras, mas, eu não quero viver numa vida de aparências, eu quero continuar a ser intensa, mesmo que eu me frustre em expectativas; eu quero continuar me jogando, sem me preocupar com a altura do tombo nem por sobre onde cairei; eu quero continuar amando uma, duas, três pessoas, mesmo que eu procure em cada uma delas a mesma pessoa que um dia eu não fui capaz de conquistar, mas, que, ainda aquece meu coração.
É isso aí mesmo, eu pretendo manter-me como sou, resgatando muito do que fui. Eu quero continuar a ser essa sagitariana, que age por impulso, que gosta ou desgosta no ato, que é sincera ao que sente e expressa. E, apesar dos desequilíbrios, ainda quero continuar a ser essa criatura que, com essa essência fogo, sente no toque, sente à flor da pele, sente no olhar, sente de corpo e alma...
Por Luana Chaves (09/08/11)


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Decifrando o silêncio


Tarde fria, um chamado a pulsar.

As interrogações se aplacam e a fermata

Passa a marcar os passos, os lentos...

De mim, além da terra!


Em meio ao silêncio, só resta o eco,

O barulho do silêncio que me sufoca!

As respostas, onde estão?

Como são, quem irá interpretá-las?


As dores do vazio, a distância de mim...

Resguardo-me em meu leito, sem tempo nem chão!

Por onde andará a fortaleza do meu eu?

Por onde andará você?


O medo se vai, ontem eu disse...

E hoje? O que há?

Onde estará a mudança? No nada?

Ainda resta-me a mim... Resta?


Aí está você, de corpo... E alma?

Por detrás das lentes, ela está.

Quem dera eu, se eu pudesse...

Não, nada vejo!


Por onde andará você?

Traz-me a minha resposta,

Interpreta tua fala,

Decifra-me a tua resposta...


Por Luana Chaves (25/07/11)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Santíssimo Sacramento

Caro leitor, aqui estou e, como num final de filme assistido pela segunda vez, sinto-me como se isso já estivesse acontecido antes. E fico a me perguntar: realmente isso aconteceu ou é apenas um dèjá vu? Em meio às dúvidas, só me restam interrogações. Até mesmo elas, que preenchem todos os espaços do meu pensamento, parecem um “repeteco”.

Esses dias foram diferentes. Encantadores, posso, assim, dizer! Ainda me resta a lembrança muito nítida. Ao olhar essa foto, me vem quase que a emoção completa do momento. Tudo bem, eu sei que não. Só quem vive o momento, sabe a intensidade e a importância que ele tem. E você, caro leitor, jamais sentiria a emoção que eu senti quando vi essa imagem se refletir real, como está, na parede naquela noite de sábado...

Olhe bem para essa foto. É o próprio Coração de Jesus Misericordioso refletido na parede! Como isso foi possível? Sinto cada parte do meu corpo arrepiar só de lembrar-me desse momento mais que especial. E eu só tenho a agradecer por esse dia lindo, por esse presente maravilhoso. Meu Deus sabe o que faz e não faz pelas metades. Escute bem: Deus NUNCA faz pela metade! Guarde bem essa frase e lembre-se bastante dela quando fizer um pedido a Ele...

Vem, age na minha vida. Mesmo que eu não queira, faça uma obra em mim. Mesmo que eu não queira, habita em mim. Manda seu Espírito. Ora por mim, Espírito Santo! Leva pra Deus tudo aquilo que eu preciso, afasta de mim o que não é para minha vida. Tira do meu caminho o que não me faz bem. Escuta meu coração, me ajuda. Dá-me discernimento. Ajuda-me a reconhecer o que é meu, o que é do mundo, o que é de Deus...

Diga-me as palavras que eu necessito dizer,
mas não consigo. Ensina-me a rezar, a pedir, a agradecer, a adorar... Mostra-me o que é para mim, me ajude nas minhas fraquezas. Não sei como devo pedir, Espírito Santo, mas, ajuda-me! Tira de mim todo o atraso que me afasta de Deus.

Intercede por mim, Espírito Santo. Eu sei que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e eu quero mais e mais esse amor. Eu te peço, clamo: vem orar por mim. Só Deus sabe a dor que sinto, as angústias que me prendem, as inquietações que me cercam.

Meu coração está ferido, sem ao certo saber qual a razão. Cura-me, Espírito Santo, leva pra Deus tudo o que me faz infeliz, tira de mim tudo o que não é para mim. Traz a paz, fortalece o amor e confiança que tenho em Deus.

Por Luana Chaves

(07/06/11)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Faz de conta



De novo. Como num faz de conta. Finge que eu continuo vindo aqui. Faz de conta que eu tenho passado para o papel todas as angústias que me afetam, faz de conta que eu dei conta de fazer isso todas as vezes em que foi preciso. Faz de conta. Faz de conta! Ora, eu não suporto mais fazer de conta! Para que? Por quê? Eu não sei ser assim, eu não consigo ser assim. Já tentei, juro que já tentei. Mas, hoje, não deu. Você, que lê o que eu escrevo, sabe. E você, que veio pela primeira vez, meu bem, vai saber: eu não sei ser assim. Repito: EU NÃO SEI SER ASSIM (leia-se: SOCORRO!!!).

Tentei algumas vezes escrever aquilo que eu queria ler, aquilo que fizesse meu coração acalmar. Não foi possível, não consegui mentir para mim mesma. Eu até tentei, mas as palavras ficaram soltas, sem nexo algum. É estranho... Eu consigo mentir pra você, minha família, meus amigos, mas, para mim mesma, jamais! Isso me frustrou, pois, para me aliviar, eu quis inventar uma realidade que não existe dentro de mim. Mas, quer saber? Isso é bom! Prova que eu sou fiel a mim mesma, ou, pelo menos, tento.

Essas tentativas de esquecimento só me fizeram enxergar o quanto não posso esquecer, assim, por esquecer. Mas como irei esquecer aquilo que eu não sei se era pra existir? Diga-me você que está lendo essas palavras quase que sufocantes: como? O convívio me faz bem, mas, ao tempo, tira-se o chão! Como pode? Já pedi a Ele que me guiasse, que me dissesse qual é a direção, o que fazer... Até recebi um sinal de fumaça, sabe, mas fiquei na dúvida, me perdi pelo caminho que estava tão obscuro! Apesar disso, nesse meio tempo, pude aproveitar a distração, me diverti, todavia, não esqueci...

Olho para trás e não tenho mágoas, nem remorso do que se passou. Isso é bom? Não sei. Não sei mesmo. Fico a me perguntar: por que essa situação, sendo que não deu certo? A vida podia ser como num tamagoshi, né? Quando a gente estivesse quase se fodendo, haveria um botão atrás escrito “reset”. E pronto! Tudo de novo, como se nada tivesse acontecido. Seria essa a melhor solução para as presepadas que a gente se mete?

Um faz de conta. Faça de conta você que está lendo essas palavras! Faça de conta que eu não escrevi nada disso que venho discorrendo, faça de conta que eu estou cem por cento bem. Faça de conta, também, que você não entendeu o que escrevi, porque eu sei que você entendeu, mas, apenas, faça de conta...